15.6.06

Au téléphone

Ele (no telefone): Porra, se não é o Kaká, hein, cara.
Ela (revirando o quarto, procurando alguma coisa): ...
Ele: Telão? Plasma? Roubou de quem?
Ela: César...
Ele: (ainda no telefone): E a cervejinha? Vai rolar?
Ela (jogando todas as almofadas no chão): César...
Ele: Pois é. Depois a gente bebemora.
Ela: Césa-ar!...
Ele: Pera um pouquinho Ulysses.... Que foi, Luiza?
Ela: Você viu aquela minha pasta... aquela onde eu guardo meus memorandos?
Ele: Aquela preta?
Ela: É.
Ele: Com uma listra dourada?
Ela: É.
Ele: Não. (volta pro telefone) Então, mas a gente combina e assiste lá com o pessoal no bar do Elias... levo... o violão tá a caminho.
Ela: Césaaaar....
Ele: Podexá...
Ela: César!!
Ele: Ô Ulysses, eu vou ter que desligar. A Luiza tá chata... É... tá... manda um beijo pra Célia. Tá bom, mando sim. Um abraço. Tchau.... (olha pra ela) O que-qui-é, cacete?
Ela: Eu não acho minha pasta.
Ele: E...
Ela: Me ajude a procurá-la!
Ele: E lá fui eu quem perdeu a pasta?
Ela: Você tem duas opções: ou você me ajuda...
Ele: ...
Ela: ...
Ele: Ou?...
Ela: Ou "o quê"?
Ele: Você disse que eu tinha duas opções.
Ela: Você tem certeza que quer ouvir a segunda?
Ele: É palavrão?
Ela: Não.
Ele: Já sei. Vai defecar em algo que eu considero valioso de novo?
Ela: Eu nunca fiz isso.
Ele: Mas já pensou.
Ela: Credo, César.
Ele (ollhando pra ela): ...
Ela (olhando pra ele): ...
Ele: Ai, tá bom. Tá no armário, na segunda gaveta.
Ela: Você escondeu minha pasta?
Ele: Guardei.
O telefone toca.
Ela: E me deixou procurando, quem nem uma retardada?
Ele: Amorzinho, eu tava no telefone... ó, tá tocando.
Ela: A gente precisa conversar sobre isso.
Ele: Posso atender o telefone antes?
Ela: Pode ir até pra puta-que-pariu, mas antes vai me esclarecer...
Ele (interrompe): Você fala assim com os seus clientes, Luiza?
Ela: Céééésaaaar, você me conhece... não atende.
Ele: Vou atender.
Ela: Não faça isso.
Ele: Pode ser uma emergência.
Ela: Ou pode ser o Ulysses, falando do resultado do jogo da Ucrânia contra a Angola?
Ele: A Ucrânia não jogou contra a Angola.
Ela (grita): César!
Ele: Ah, puta merda, eu vou atender.
Ela: Nã...
Ele: Alô? Oi. Ela tá. (estende o telefone pra ela)
Ela: Quem é?
Ele: Sua mãe.
Ela: Me dá.
Ele: ...
Ela: Oi , mamãe.
Ela fica duas horas no telefone com a mãe. Ele aproveita o tempo para tomar banho, escovar os dentes, se preparar para dormir. Mas não antes de esconder a pasta dela novamente.

3 comments:

Anonymous said...

Que fdp....oque não se faz p/ manter uma mente ocupada hehe.
Dahora!!!

Marcela Bertoletti said...

rsrsrs
mt bom!
Mas se eu fosse ela, apelava feio!
:P
Bjs

Mary Jane said...

Hahaha... isso é bem coisa de homem hein.. hahahaa..

Bjos!!!